O Labirinto...


Minos, o rei de Creta, recebe de Poseidon um touro de presente. No entanto, o deus dos mares exige que esse animal seja oferecido em sacrifício. Minos nega-se a devolvê-lo. Como punição Poseidon, através de Afrodite, faz com que a esposa de Minos, a rainha Pasífae, se apaixone pelo touro. Dessa união nasce um monstro, o Minotauro, metade homem, metade touro. Para esconder aquilo que se tornou a vergonha de Minos, o artesão Dédalo cria o labirinto. Minos, impondo o seu poder sobre a cidade rival de Atenas, passa a exigir anualmente como tributo quatorze jovens que servirão de alimento para a fera. Teseu, de Atenas, oferece-se para embarcar no navio que levaria o tributo a Creta. Teseu, porém, não irá despreparado para tal jornada. Contará com a ajuda de Ariadne, filha de Minos, que se apaixonou por ele e obteve de Dédalo o segredo para sair: o fio que teria que ser amarrado na entrada do labirinto.

O labirinto atravessa o tempo como um desafio à imaginação e ao pensamento universal. A sua imagem arquitectónica leva-nos à mitologia Grega. Ao labirinto de Creta, construído por Dédalo, para encerrar o Minotauro – criatura metade touro, metade homem – numa arquitectura repleta de encruzilhadas e dificuldades. Vem daí a noção do labirinto como uma construção tortuosa, que se destina a desorientar as pessoas. "Um labirinto é uma casa edificada para confundir os homens; a sua arquitectura, pródiga em simetrias, está subordinada a esse fim” (Borges, 1998).

Mas se o labirinto é lugar do perder-se, é também lugar próprio de exploração e de investigação. A sua imagem é mais mental do que arquitectónica. Daí, pensarmos o labirinto como metáfora do conhecimento. Explorar as bifurcações e os caminhos tortuosos dessa metáfora torna-se na inspiração para uma investigação e criação, simultaneamente.

O relato mitológico trata da confluência de inúmeros personagens com interesses variados. O mito não tem um início nem final preciso. Ele vem de antes de Teseu entrar no labirinto e continua após Teseu sair dele. Os inícios são também finais, que são também inícios. 

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