quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sob o Signo do Labirinto*



«Uma vez surgiu um homem dizendo que era arquitecto. Mas não era Dédalo. Dizia-se amigo dele e que roubara o mapa do labirinto enquanto Dédalo esculpia, – distraidamente – mais uma estátua em tributo a Hércules. Não trazia o desenho do mapa em suas mãos. Mas dizia ter o mapa por inteiro na sua cabeça.
O labirinto para ele era finito. Sentia-se seguro dentro dele. Pois sabia, que, mais cedo ou mais tarde, encontraria seu fim com a mesma facilidade que encontraria seu começo. Num certo entardecer, o arquitecto viu o Minotauro contemplando, sonhadoramente, o pôr-de-sol. Quando se aproximou, o homem-touro sussurrou em seu ouvido uma frase mais ou menos assim:

— Quem faz o labirinto é o viajante e não o arquitecto».