quarta-feira, 14 de março de 2012

Labirinto... Símbolo e Arquétipo da Humanidade


Labirinto como símbolo e arquétipo da humanidade

O labirinto é um símbolo antigo que se encontra entre os mais diversos povos e na maioria das civilizações. Através das suas variadas configurações e funções, ao entrarmos dentro do labirinto, entramos dentro de um mundo fascinante e misterioso. Esse mundo em que é necessário entrar para saber o que lá se passa, é utilizado, por muitos, como metáfora do regresso ad uterum – caminho que a humanidade deve trilhar para que cada indivíduo possa encontrar, em si mesmo, o paraíso perdido pela sociedade moderna.


O labirinto, que a vida de cada um é, para além das formas materiais que possa revestir, possui uma simbologia que nos transporta aos arquétipos de Carl Gustav Jung e àquilo que é comum à humanidade: o inconsciente colectivo. E é (n)esse inconsciente colectivo, matriz geradora e produtora de mitos que (se) transporta o símbolo para o plano do real; seja a materialização numa gruta, num pavimento gótico, num belo jardim ou num armazém, o objectivo é sempre o mesmo, chegar ao centro.
O que é esse centro, e qual a sua significação, é o que cabe a cada um descobrir à medida que vai percorrendo os meandros do (seu) labirinto...

quarta-feira, 7 de março de 2012

Labirinto, o símbolo






Labirinto: Origem 
Transformação morfológica e utilitária deste símbolo ao longo dos tempos e civilizações.

O labirinto mais antigo que se conhece com datação, mais ou menos, precisa encontra-se representado numa placa de argila proveniente do palácio de Nestor, encontrada em Pilos, na Grécia, e datada de 1200 A.C., mas parece evidente pelos testemunhos encontrados na Galiza, em Inglaterra e na Sardenha, que este símbolo, que se julga, precisamente, de origem mediterrânea, seja anterior à data atribuída ao labirinto da tábua de argila encontrada no palácio de Nestor. Estes petróglifos onde estão representados os labirintos galegos datam do III e II milénios antes da nossa era, o que faz deles os exemplares mais antigos até hoje conhecidos.

sábado, 3 de março de 2012

O Labirinto


O Labirinto...


Minos, o rei de Creta, recebe de Poseidon um touro de presente. No entanto, o deus dos mares exige que esse animal seja oferecido em sacrifício. Minos nega-se a devolvê-lo. Como punição Poseidon, através de Afrodite, faz com que a esposa de Minos, a rainha Pasífae, se apaixone pelo touro. Dessa união nasce um monstro, o Minotauro, metade homem, metade touro. Para esconder aquilo que se tornou a vergonha de Minos, o artesão Dédalo cria o labirinto. Minos, impondo o seu poder sobre a cidade rival de Atenas, passa a exigir anualmente como tributo quatorze jovens que servirão de alimento para a fera. Teseu, de Atenas, oferece-se para embarcar no navio que levaria o tributo a Creta. Teseu, porém, não irá despreparado para tal jornada. Contará com a ajuda de Ariadne, filha de Minos, que se apaixonou por ele e obteve de Dédalo o segredo para sair: o fio que teria que ser amarrado na entrada do labirinto.

O labirinto atravessa o tempo como um desafio à imaginação e ao pensamento universal. A sua imagem arquitectónica leva-nos à mitologia Grega. Ao labirinto de Creta, construído por Dédalo, para encerrar o Minotauro – criatura metade touro, metade homem – numa arquitectura repleta de encruzilhadas e dificuldades. Vem daí a noção do labirinto como uma construção tortuosa, que se destina a desorientar as pessoas. "Um labirinto é uma casa edificada para confundir os homens; a sua arquitectura, pródiga em simetrias, está subordinada a esse fim” (Borges, 1998).

Mas se o labirinto é lugar do perder-se, é também lugar próprio de exploração e de investigação. A sua imagem é mais mental do que arquitectónica. Daí, pensarmos o labirinto como metáfora do conhecimento. Explorar as bifurcações e os caminhos tortuosos dessa metáfora torna-se na inspiração para uma investigação e criação, simultaneamente.

O relato mitológico trata da confluência de inúmeros personagens com interesses variados. O mito não tem um início nem final preciso. Ele vem de antes de Teseu entrar no labirinto e continua após Teseu sair dele. Os inícios são também finais, que são também inícios. 


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